Este trabalho pretende trazer à baila a discussão acerca da aplicabilidade do Código
de Defesa do Consumidor às micro e pequenas empresas, avaliando a sua participação ou não
como destinatária final de produtos e serviços quando adquirem para desenvolvimento de
atividade profissional que visa gerar lucro. De início, é feita uma pequena digressão acerca do
espírito do CDC e, ato contínuo, essas pessoas jurídicas são inseridas no contexto jurídico de
consumo. O enquadramento destas como consumidoras é debatido por doutrina e jurisprudência,
pelo que são expostos os argumentos das correntes divergentes. Conclui-se pela
aplicabilidade das normas consumeristas a essas modalidades de empresas ainda que enquanto
desenvolvem o ato de consumo para fins profissionais, desde que a vulnerabilidade seja
comprovada no caso concreto, traçando-se um paralelo que liga inexoravelmente a
vulnerabilidade do consumidor à fragilidade da microempresa. Ao final, avalia-se o impacto da
confirmação desse entendimento perante a vida prática do Judiciário atualmente abarrotado.
Vislumbram-se consequências significativamente positivas a médio prazo em que pese, inicialmente,
a ideia faça parecer inviável tal realidade